mulher






pintores do medo
vós que fazeis
a tolerância
servida
da mulher-objecto
não decalqueis
meu esqueleto
no equívoco
artrítico
dos vossos dedos

fui
o minuto
do subsequente
a dúvida
emprestada
da vossa insónia
.fui
o acrílico
do pré-fabricado
o possível
impossível
da vossa certeza

prisioneiros do ontem
vós que servis
o círculo
empoado
da Poesia
não inventeis
meus complexos
no degredo
incerto
dos vossos códigos

sou
o cinzel
da igual-valia
a imprudência
prudente
do vosso sono
.sou a abcissa
do consciente
o epílogo
selado
da vossa fraqueza

serei
a jogada
do inverosímil
a sílaba
liberta
da vossa palavra





lili roze