repito sensitivamente o mesmo gesto
num pequeno almoço eterno
quando
a urbanização os grandes conjuntos
me atira
ao espaço reduzido da areia
.depenico esta ilha de autómatos
onde
os corvos edificam os ninhos e
as gaivotas denunciam os marginais
.passo os dedos por frias estátuas de carne
representando gestos de impaciência
( bocas escancaradas na calúnia
são o presente do verbo ouvir
.mesas consumidas na canasta
são as bicas aquecidas da rotina )
vejo-as coaguladas no tempo que não fazem
alinhadas em toalhas
( são resíduos dum pôr de sol cinzento
sustentáculos petrificados
.são ocupações fragmentadas
dum intelecto que não funciona )
mergulho nesta ilha de autómatos
e
sinto-me como um feto
conservado num frasco de fenol
christian martin weiss